Porque um Blog?

Alguns amigos me perguntam sobre o que estou escrevendo no momento?
Escrevi durante algum tempo para o Jornal do Estado (Curitiba/Paraná), para alguns Jornais e Revistas Técnicos escrevia matérias tambem técnicas ( Seguro em Foco foi um deles).
Mas o que estou escrevendo no momento são crônicas, se é que posso rotula-las com este título!.
Na verdade um pouco de verdade e um pouco de fantasia sobre a verdade.
O Livro está praticamente pronto, daí: No Prelo!.

Vou postar aqui algumas dessas pequenas estórias e conto com a compreensão dos amigos, sobre meus erros e lapsos ( que não são poucos).

Bem sei que de boas intenções, está ladrilhada a estrada que leva ao inferno, contudo...Como quem está na chuva pretende se molhar.

Adoraria receber de algum amigo uma toalha bem felpuda.

Rodolpho.




quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

19 Natureza

Natureza.

Eu conheci a Claudia num barzinho aqui em Curitiba chamado Calamengau ( não esse Forro do Calamengau que falam hoje), era quase em frente a Reitoria da Federal,...o velho Calamengau.

Lá iam desde estudantes da ativa com seus livros , réguas e trenas e estetoscópios novos e estojos de pintura e calculadoras financeiras e um cem número de apetrechos, que se eu tivesse mesmo de listar, ficaria aqui o resto do ano, e os outros ex-estudantes, carregando coisas tambem parecidas.

Um dia alguem fez soar o alarme de incêndio e então todos ficamos sem a ultima aula e a maioria foi lá pro calamengau matar tempo. Ela linda...olhos meio verdes, cabelos pela cintura com cachinhos esvoaçantes, corpo de princesa, usava até um Penal, pode?...um Penal? daqueles da Hello kit?...uma verdadeira Penélope, brilhantezinha, toda arrumadinha, lacinhos e furs frus frus, fazendo o curso de Comercio Exterior (carregava calculadora financeira), e o pai dela levava e buscava todo dia, com chuva ou sol...todo dia....sem faltar...todo dia...sem atraso...todo dia...cara feia, todo dia, sem tirar nem por...todo dia...fora do carro esperando a filha e olhando pros lados como efetuando uma varredura de sensor de alarme.

- Tá chovendo, quer carona no meu guarda chuva? (disse eu).

- Claro , muito obrigada. ( abraçava seus livros como o ursinho pimpão...que meigo....que graça).

- Se quiser podemos tomar um cafezinho ou leite ou água ali na cantina... ( vai que cola?)

- Não obrigado, meu Pai está ali (me apontando pra ele), outra hora talvez.

- Ok., lembre..., Rodolpho... um seu criado , - e fiz os salamaleques. (essa cafajestice aprendi com meu pai... tradição é tradição)...ela riu e devolveu com uma cortesia .

- Não me farei de rogada meu ilustre criado, tão logo necessite irei me jogar aos seus pés pedindo socorro....( e saiu rindo á toa).

E foi assim que eu a conheci!

Depois, entendi que se quisesse ficar um pouco mais com ela teríamos que sair um pouco antes, porque o guardião, sabujo, escudeiro, chatíssimo do pai dela estava sempre á espreita...esperando....monitorando.....todo dia....sem faltar....todo dia....sem atraso...etc.

Bom , não me rerstava outro recurso...e DEUS bem sabe que eu pensei muito..ponderei bastante...meditei, orei e por ultimo arquitetei ainda mais....pois não queria que o pai dela ficasse chateado ou desanimado ou muito menos enfurecido ( eu sou nobre também quando quero), correndo risco de enfartes ou outras coisas, e então concluí: Só tenho que atrasa-lo!, e então poderemos ficar mais tempo juntos.

Ele só tinha me visto de longe ( Oi...eu com a mão abanando feito aqueles adesivos de para-brisa), e ele de longe olhando pra mim e fazendo sinal de Foda-se com os dedos.

Papo vai, papo vem, descobri com ela onde moravam, onde ele trabalhava, que horas entrava, que horas saía, quais carros tinham e tudo o mais.

No primeiro dia, 15 minutos antes de começar minha aula emprestei a moto de um amigo e fui até a empresa onde ele trabalhava e coloquei um pouquinho de cola tudo, nas fechaduras das portas do carro, e pensei...hehe., vai atrasar pelo menos uma meia hora pra conseguir abrir isso.

Que nada..., quando estávamos saindo e ainda no corredor ela atendeu o celular e era o pai dela dizendo que Vândalos tinham colocado cola no carro dele, mas que ele tinha ido de caminhão da firma pra buscar e que estava esperando lá fora.

Na segunda tentativa murchei os pneus do carro e então ele foi com o carro do chefe, e no telefone falando com ela estava até contente, afinal o carro do chefe era muito mais legal e chic que o dele.

Na terceira, eu já estava pensando em mandar sequestrar o homem, mas independente de tudo resolvi que não iria dar chance de sustituições de carros ou outros artifícios.
, e lembrei de uma receita que eu usava no jardim de infancia.

Comprei gelatina incolor, arranjei dois vidros de maionese vazios e dei seqüência ao meu plano.

Depois da aula de educação física, com o tênis fedendo e suado cheguei em casa apressado e no meu quarto já devidamente trancado e longe de visualização de intrusos ou curiosos , passei um cotonete entre os dedos.....deixei bem lambuzados e até meio pretinhos , a gelatina que eu já havia feito no dia anterior e colocado (02 vidros de maionese) até a metade dos potes, estava bem durinha e até apetitosa.

Funciona assim: Gelatina é proteína pura e nos bastões de cotonete que passei entre os dedos estavam as bactérias que acompanham o chulé....o fedor propriamente dito que temos de chulé não é pela existência de bactérias não...é só o resultado do fedor das fezes que as bactérias fazem após se alimentarem.

Quando elas estão nos nossos pés elas se alimentam de cracas dos nossos pés, estas cracas possuem muitas proteínas e estas fezes chulezentas fazem a fedentina característica que conhecemos como CHULÉ ( nossssa....não é até didático isso que eu estou escrevendo?).

Pois bem, com os potes abastecidos de gelatina, passei os cotonetes sob a gelatina fazendo um Xis., e depressa fechei os vidros. Esperando paciente por 03 dias , quando então já dava pra ver mesmo sem abrir os vidros que as bactérias estavam muito contentes e alimentadas, afinal haviam comido bastante gelatina ( tinha um buraco imenso no meio ), daí foi só pegar o vidro e chacoalhar bastante até que a coisa ficasse parecida com água de coco e depois colocar tudo num borrifador.

O pai dela ficou chegando atrasado por uma semana porque vinha a pé e o pessoal de limpeza da empresa dele trabalhou muito neste período limpando o carro do chefe e o caminhão..hehe.

Fazer o que? Tava na minha natureza Uai!

Pode?

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