Porque um Blog?

Alguns amigos me perguntam sobre o que estou escrevendo no momento?
Escrevi durante algum tempo para o Jornal do Estado (Curitiba/Paraná), para alguns Jornais e Revistas Técnicos escrevia matérias tambem técnicas ( Seguro em Foco foi um deles).
Mas o que estou escrevendo no momento são crônicas, se é que posso rotula-las com este título!.
Na verdade um pouco de verdade e um pouco de fantasia sobre a verdade.
O Livro está praticamente pronto, daí: No Prelo!.

Vou postar aqui algumas dessas pequenas estórias e conto com a compreensão dos amigos, sobre meus erros e lapsos ( que não são poucos).

Bem sei que de boas intenções, está ladrilhada a estrada que leva ao inferno, contudo...Como quem está na chuva pretende se molhar.

Adoraria receber de algum amigo uma toalha bem felpuda.

Rodolpho.




sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Novo Psicólogo de plantão.

Novo Psicólogo de plantão!

Meu amigo mais doido é um psicólogo, pode uma coisa dessas ?, e o pior é que ele por ser psicólogo, analisa a si mesmo como um caso bem complicado, e chega até a explicar de forma técnica ou digamos, profissional , o conceito que faz de seu caso e até comentários e conselhos que dá a si mesmo, e que na maioria das vezes sequer segue.

Claudião é um tipo de psicólogo diferente, formou-se já a uns 15 anos mas nunca atuou na área, alegando que não havia passado num tipo de provão que fazem para psicólogos e que desde aquela época, passados 15 anos estava se preparando (curando), e na semana passada deu até uma festa, para comemorar a cura do seu mais antigo e novo paciente/cliente – ele mesmo.

Andava sempre como se fosse um tipo andrógeno, Cabelos compridos, Barba por fazer, Camiseta do Iron Maidem ou Pink Froid, Coturno, e acho que uma vez vi até um brinco gigante daqueles tipo argolão emoldurando uma orelha invisível, dado a cabeleira até o meio das costas, mas sempre foi , independente da aparência externa, um cara gente boa, literato, adorador de óperas e do compositor Wagner, que classifica como não o Pai, e sim, o espermatozóide que deu origem a música clássica de boa qualidade.

Quando o encontrei, ontem, ele estava bastante diferente, Camiseta por baixo de uma camisa social branca, Pulôver azul marinho e ainda uma blusinha de lã muito comportada, Cabelos com corte clássico bem baixinho, Barba feita, Sapato mocassim, e quando me comprimentou apertando a mão, quase não o reconheci, pois sempre batia nas costas e fazia aqueles salamaleques estranhos com punhos fechados, palminhas e outras coisas típicas da modernidade dos roqueiros e punks de plantão.

Conversa vai, conversa vem, disse ele que na realidade eu não estava mais falando com ele, o Claudião, e sim com o Dr. Cláudio , psicólogo, atuante a 2 dias, mas com mais horas de vôo que o Comandante Ferraz, ou o Dick Vigarista do desenho do Mutley, e me apresentando um cartão de visitas muito bem elaborado, disse, : Se precisar de Mim é só me procurar.

E não é que dia destes eu o vi num programa de televisão fazendo análise comportamental de artistas ou algo assim?

Pelo jeito já se deu bem, afinal nesse mundo só tem doido mesmo!

Pode?

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Tonhão

Tonhão

Trabalhava como Artesão na feira da cidade, fazia bolsas, sacolas e outros culotes.
Ao voltar para casa num bairro de periferia, sempre parava no Bar do Brother's, e por lá ficava até que a sede saciada e trocados minguados o informavam que estava na hora de ir pra casa.
Saia cambaleante, sorridente , e se estivesse ainda claro , até conversava com os pássaros e cães vadios, que fazendo as vezes de amigos, lhe indicavam o caminho correto.
Essa éra a rotina básica do Tonhão, por vezes Toninho.., o Pai o chamava de Tico, e a mãe Tiquinho, pois éra mais baixo ( diziam as más linguas), que cú de cobra.
Casa simples porem perfeita, éra toda cercada de muro alto, e várias outras casas na mesma quadra.
A rotina do lugar era calma e os vizinhos todos muito solidários.
Morar em bairro tinha suas vantagens e desvantagens, todos os dias uma legião de caricaturas se fazia presente, muitas vezes de carro com alto falante no último volume, alguns maloqueiros nas esquina, de noite, fumando maconha, arruaça com o som ligado..alguns gritos na madrugada.
Uma noite ele voltando pra casa deu de cara com aqueles baderneiros e cambaleante sem querer esbarrou em um deles que tão logo foi empurrado pregou-lhe um chute bem forte. Depois disso ele não lembrou mais de nada, acordou em casa sendo cuidado pela esposa, dois dentes ( da frente) quebrados e alguns cortes.
Daquele dia em diante fez uma promessa a si mesmo - Deixe estar um dia eu me vingo! Parou de beber com medo de voltar pra casa e passar pela mesma situação e não poder revidar e começou a fazer exercícios com aparelhos que inventou no quintal e tantas fez que realmente ficou forte e musculoso.

Numa noite voltando novamente pra casa deu de cara com os maloqueiros e pensou: É hoje! – e quando ia passando esbarrou de propósito no mesmo pilantra que o chutou no passado e já ia levar outro chute quando sacou uma arma e Bam...deu um tiro no próprio pé e ainda por cima recebeu outro chutasso e só acordou novamente em casa sendo cuidado pela esposa, o tiro no pé tinha sido de raspão mas o chute foi feio.

Triste e amuado, porque haviam ainda por cima tomado seu revolver falou bem alto.

Volto a beber e paro de fazer exercício, pelo menos eu saio do prejuízo!

É...não tem jeito mesmo!

Pode?