Porque um Blog?

Alguns amigos me perguntam sobre o que estou escrevendo no momento?
Escrevi durante algum tempo para o Jornal do Estado (Curitiba/Paraná), para alguns Jornais e Revistas Técnicos escrevia matérias tambem técnicas ( Seguro em Foco foi um deles).
Mas o que estou escrevendo no momento são crônicas, se é que posso rotula-las com este título!.
Na verdade um pouco de verdade e um pouco de fantasia sobre a verdade.
O Livro está praticamente pronto, daí: No Prelo!.

Vou postar aqui algumas dessas pequenas estórias e conto com a compreensão dos amigos, sobre meus erros e lapsos ( que não são poucos).

Bem sei que de boas intenções, está ladrilhada a estrada que leva ao inferno, contudo...Como quem está na chuva pretende se molhar.

Adoraria receber de algum amigo uma toalha bem felpuda.

Rodolpho.




quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

16 Coisa e tal.

Coisa e tal.

Alguns dias as coisas acontecem, sem que possamos sequer registrar o ocorrido, na nossa agenda mental , de coisas acontecidas, e essas coisas acontecem tão rápido , que quando nos damos conta, a coisa já aconteceu e passou e outra coisa está naquele momento acontecendo, e muitas vezes aborrecendo , incomodando e importunando e infernizando e por aí vai.

E outra coisa acontece novamente e a mesma coisa acontece de novo e aquela coisa some no emaranhado de acontecimentos , mas quando a gente dá graças a Deus por haver esquecido, lá está ela de novo, e por aí vai de novo e tra lá lá....pei pei pei.

Tal e coisa, coisa e tal, numa miríade infinita de acontecimentos que se entrelaçam, se abraçam, se julgam impertinentes, e ás vezes se tornam concretamente impertinentes, e o nosso dia vai se arrastando feito lesma, deixando aqueles traços gosmentos e brilhantes por onde passam nossos pensamentos.

Como aquela música, ou pedaço dela, que nos acompanham durante um dia inteiro em nossa memória, ou aquele pequeno texto, ou um pensamento que nos martela a cabeça, pulsante, obstinado, incisivo, parecido com a coisa que minha diarista cantarola enquanto ta trabalhando, uma melodia estranha e com ritmo todo tropicante, que eu não agüentei e perguntei pra ela ; Mas o que é que a senhora ta cantando?

- Não tô cantãno nada sério não, tô cantãno um pouquinho de tudo é só a propaganda de um CD que toca na televisão e eu amanheci com isso na cabeça!.

As vezes o número de uma placa de automóvel que passou, o que nos leva a pensar: “ tenho que jogar no bicho este número”, e aí a gente fica o dia inteiro repetindo: “ tenho que jogar no bicho aquele número...tenho que jogar no bicho aquele numero, porem ou a gente esquece de jogar no bicho ( ou perde o sorteio chegando atrasado para fazer o jogo), ou quando chega pra jogar esqueceu o número, ou ainda quando você vai comentar com um colega: “Puxa, sabe que hoje o dia inteiro fiquei com aquela música na cabeça?” E ele pergunta: “Que música?”

Pronto... ! E a música então some..., desaparece como por encanto, torna-se fumaça, e não conseguimos mais lembrar a música, o texto, o pensamento, e raios o partam, esquecemos até sobre o que estávamos falando. Conseqüentemente aquilo que buscávamos tanto esquecer, passa a ser rastreado, como se fóssemos um Sabujo Perdigueiro ( para aqueles que não sabem, é um cachorro conhecido pelos seus dotes de farejador/caçador), vasculhamos e perseguimos nos confins de nossa memória, farejando, fungando, fuçando e soprando a poeira de lembranças por outros cantos nos arquivos do cérebro em busca de algum indício que nos faça lembrar do que queríamos tanto esquecer e acabamos esquecendo mesmo.

Neste momento você deve estar pensando: “ Isso é indício de Hauzheimer ( aquela doença que acomete a memória), e eu lhe digo que não....acho que não.

Já conversei com vários colegas que passaram por experiência semelhante, e portanto se fosse Hauzheimer, seríamos com certeza , um caso especial e suficiente para difundir um alerta público de epidemia.

A mente humana é realmente uma caixinha de mistérios e a medicina e a ciência por mais que apresentem respostas por vezes estapafúrdias sobre a mente, não consegue convencer a ninguém de que possuem uma resposta prática, direta e objetiva sobre o tema , tipo: “O problema foi esse, faremos isso e teremos tal resultado”.

Tenho um colega que é enfermeiro em um grande hospital e ele um dia sentenciou: “Aqui no Hospital fazemos de tudo.., mas a coisa na verdade é bem simples, Se cortou? Costuramos, Se quebrou? Colamos, mas seu foi na cabeça...xii, aí teremos um grande problema “ – tive que concordar com ele!.

Nestes momentos costumo parar e ouvir de forma muito atenta aquilo que me atormenta, cantando a música, revolvendo o texto, pensando sobre o pensamento (desculpem pela redundância) .

Como dizem os budistas, tudo passará, as músicas, os textos, os pensamentos e parodiando o Fernando Sabino: “No final tudo dá certo e se ainda não deu, pode ser que não tenha chegado ao fim.”

Independente de tudo, sabe que eu ainda não lembro o número daquela placa ?

Pode?

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