Porque um Blog?

Alguns amigos me perguntam sobre o que estou escrevendo no momento?
Escrevi durante algum tempo para o Jornal do Estado (Curitiba/Paraná), para alguns Jornais e Revistas Técnicos escrevia matérias tambem técnicas ( Seguro em Foco foi um deles).
Mas o que estou escrevendo no momento são crônicas, se é que posso rotula-las com este título!.
Na verdade um pouco de verdade e um pouco de fantasia sobre a verdade.
O Livro está praticamente pronto, daí: No Prelo!.

Vou postar aqui algumas dessas pequenas estórias e conto com a compreensão dos amigos, sobre meus erros e lapsos ( que não são poucos).

Bem sei que de boas intenções, está ladrilhada a estrada que leva ao inferno, contudo...Como quem está na chuva pretende se molhar.

Adoraria receber de algum amigo uma toalha bem felpuda.

Rodolpho.




sábado, 15 de novembro de 2008

6 Virgem Maria.

Virgem Maria.

Tinha eu ainda, acho que uns 5 aninhos de idade, franzino e serelepe, passava meus dias brincando no quintal da nossa casa. Haviam muitas árvores, flores, pé de manga, goiaba, limão, banana, manga, e isso porque não posso ficar aqui só lembrando quantas e quais árvores haviam.

Não esqueço que nos fundos do quintal, bem onde acabava o terreno, existia uma parede muito alta, e eu podia ouvir o trililar de crianças brincando do outro lado, e volta e meia gritava aqui do meu lado- Oi......Oi – mas ninguém respondia, acho que não podiam me ouvir, tamanha a altura do paredão.

Um dia, eu e o Bob ( que era o meu cachorro companheiro de brincadeiras), estávamos lá no quintal fazendo nossos buracos, onde eu pensava que poderia achar quem sabe um diamante, ou então um poço de petróleo, ou melhor ainda, um tesouro escondido, ou dar de cara com um chinês ( que eu na realidade nem imaginava o que fosse isso).

Eis que derrepente, eu notei que existia um reflexo de luz na minha camisa (muito branca) e aquilo muito me surpreendeu e erguendo os olhos para a parede fui atingido em cheio pelo reflexo daquela alva luz.

Em desabalada carreira e ainda meio cego, corri pelo quintal, tropeçando em tocos, cacarecos, artefatos de jardinagem e um montão de coisas que eu mesmo havia para lá levado e gritava e chorava.

- Mamãe, mamãe, socorro...socorro, tô com medo, tô com medo.

E minha mãe, abrindo os braços me embalou carinhosamente, enxugou minhas lágrimas, e apertou bem forte, me erguendo pelos ombros, colocando no colo e perguntando : Filho o que houve?.

- Mãe, lá no quintal, tem uma luz , tão grande, tão grande, do tamanho da nossa casa...maior ainda, do tamanho do mundo inteiro, e eu quase fiquei cego só de olhar....eu tô com medo mamãe!

E ela, dando uma risada gostosa disse: Não se preocupe não meu filho, não precisa ter medo não, é só a Virgem Maria, iluminando seu caminho.

Pode?

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