Porque um Blog?

Alguns amigos me perguntam sobre o que estou escrevendo no momento?
Escrevi durante algum tempo para o Jornal do Estado (Curitiba/Paraná), para alguns Jornais e Revistas Técnicos escrevia matérias tambem técnicas ( Seguro em Foco foi um deles).
Mas o que estou escrevendo no momento são crônicas, se é que posso rotula-las com este título!.
Na verdade um pouco de verdade e um pouco de fantasia sobre a verdade.
O Livro está praticamente pronto, daí: No Prelo!.

Vou postar aqui algumas dessas pequenas estórias e conto com a compreensão dos amigos, sobre meus erros e lapsos ( que não são poucos).

Bem sei que de boas intenções, está ladrilhada a estrada que leva ao inferno, contudo...Como quem está na chuva pretende se molhar.

Adoraria receber de algum amigo uma toalha bem felpuda.

Rodolpho.




quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Tonhão

Tonhão

Trabalhava como Artesão na feira da cidade, fazia bolsas, sacolas e outros culotes.
Ao voltar para casa num bairro de periferia, sempre parava no Bar do Brother's, e por lá ficava até que a sede saciada e trocados minguados o informavam que estava na hora de ir pra casa.
Saia cambaleante, sorridente , e se estivesse ainda claro , até conversava com os pássaros e cães vadios, que fazendo as vezes de amigos, lhe indicavam o caminho correto.
Essa éra a rotina básica do Tonhão, por vezes Toninho.., o Pai o chamava de Tico, e a mãe Tiquinho, pois éra mais baixo ( diziam as más linguas), que cú de cobra.
Casa simples porem perfeita, éra toda cercada de muro alto, e várias outras casas na mesma quadra.
A rotina do lugar era calma e os vizinhos todos muito solidários.
Morar em bairro tinha suas vantagens e desvantagens, todos os dias uma legião de caricaturas se fazia presente, muitas vezes de carro com alto falante no último volume, alguns maloqueiros nas esquina, de noite, fumando maconha, arruaça com o som ligado..alguns gritos na madrugada.
Uma noite ele voltando pra casa deu de cara com aqueles baderneiros e cambaleante sem querer esbarrou em um deles que tão logo foi empurrado pregou-lhe um chute bem forte. Depois disso ele não lembrou mais de nada, acordou em casa sendo cuidado pela esposa, dois dentes ( da frente) quebrados e alguns cortes.
Daquele dia em diante fez uma promessa a si mesmo - Deixe estar um dia eu me vingo! Parou de beber com medo de voltar pra casa e passar pela mesma situação e não poder revidar e começou a fazer exercícios com aparelhos que inventou no quintal e tantas fez que realmente ficou forte e musculoso.

Numa noite voltando novamente pra casa deu de cara com os maloqueiros e pensou: É hoje! – e quando ia passando esbarrou de propósito no mesmo pilantra que o chutou no passado e já ia levar outro chute quando sacou uma arma e Bam...deu um tiro no próprio pé e ainda por cima recebeu outro chutasso e só acordou novamente em casa sendo cuidado pela esposa, o tiro no pé tinha sido de raspão mas o chute foi feio.

Triste e amuado, porque haviam ainda por cima tomado seu revolver falou bem alto.

Volto a beber e paro de fazer exercício, pelo menos eu saio do prejuízo!

É...não tem jeito mesmo!

Pode?

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